Quem é que não se deparou com um forte desencantamento por acreditar nas promessas descumpridas pela outra parte? Eis uma situação clássica, que volta e meia cai no nosso colo e nos deixa um bocado vulneráveis e sem perspectivas de ação...

Nesse momento, perdemos a referência sobre o valor da confiança depositada no outro e até mesmo em nossa parcela de responsabilidade por acreditarmos excessivamente na sua narrativa. Assim, é comum indagarmos: de quem é a culpa afinal? Ora, há sempre os dois lados da moeda... Seria justo que cada parte arcasse com as suas responsabilidades diante do imbróglio, mas na maioria das vezes a parte que deu o voto de confiança pagará a maior parte da conta.

Essa questão é tão complexa que daria um manual sobre a confiança. Entretanto em poucas linhas quero convidar o leitor a refletir sobre os seus extremos. O Excesso de confiança contém uma espécie de contrato de risco e a sua falta promove aridez no relacionamento. Assim, parece-me importante dar o voto de confiança a quem tem se mostrado leal na linha do tempo, isto é quando tem demonstrado esforço em corresponder a entrega dos pontos acordados entre as partes.

A expectativa da entrega idealizada pode transformar-se em uma armadilha. Uma promessa não é necessariamente uma garantia...pode ser o início do desencantamento de um relacionamento, mas também pode apresentar a possibilidade de cada parte se reajustar à situação e cumprir o novo acordo.

A predisposição para o enfretamento das conversas difíceis, seria uma boa alternativa na gestão de conflitos. Pois ela oferece a possibilidade de cada um reavaliar o modo como é capaz de contribuir com o desfecho positivo ou até mesmo, nos sinalizar o prenúncio de um fim. Os limites da confiança- rever ou não rever, cumprir ou não cumprir- fazem parte dessa importante equação! ”

Cristina Consalter- Psicóloga Organizacional